quinta-feira, dezembro 28, 2006

Ano Novo: será?


Por: Priscila Silva Foto: Ernesto Carriço/O Dia

Madrugada do dia 28 de dezembro, Rio de Janeiro amanheceu em chamas. Tendo diversos ônibus queimados, postos policiais apedrejados, tiroteios, confusão e pelo menos sete pessoas mortas, isso tudo foi a despedida do ano que o CV (COMANDO VERMELHO) mostrou e deixou bem claro quem é que comanda o Rio. Esse ano, não somente no Rio como em São Paulo (liderados pelo comando PCC, PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL), os atentados foram diversos, mostrou que o Brasil não é só feito de alegria, que tem pessoas que vivem á margem da sociedade e que aos poucos vão sendo esquecidas. Eu não discordo e nem concordo com os atentados, acho errado quando tem como resultado mortes de pessoas que não têm nada a ver com o fato, concordo quando eles exigem o direito de também serem iguais, de exigirem mais dignidade perante a sociedade. É de causar pânico esta "guerra civil", ver tanta morrendo, violência ao extremo, sangue espalhado pelo chão, pessoas implorando a Deus para que cheguem em casa sem um arranhão. O que está acontecendo? Será que o governo não está vendo isso? Se está ocorrendo tudo isso, é necessário prestar atenção e tomar alguma atitude. Isso é apenas um reflexo da nossa sociedade que exclui, discrimina e que tem um poder que se diz tão eficiente, mas que infelizmente falha. O cartaz que foi espalhado (foto acima) pelos bairros do Rio que sofreram atentados, refere-se criticando a milícia que é a arte de fazer a guerra, ou força militar.
É fim de ano, vem chegando um novo ano, será? Para nós...possivelmente sim e para eles? Tá na hora de "abrir os olhos" Brasil...

domingo, dezembro 24, 2006

Espírito Natalino: para onde ele foi?



Hoje, 24 de dezembro, véspera do Natal, percebi que o Espírito Natalino não existe mais. Chocante? Não mais...O que todos lembram na data do natal é: comprar e receber presentes, participar de amigo secreto, fazer as pazes com quem havia brigado, pedir desculpas pelas falhas cometidas ao longo do ano tudo isso forma o novo “espírito natalino”. Correria em lojas, shoppings e em supermercados á procura dos presentes, das comidas e das bebidas para montar então a “famosa ceia” que quanto mais bonita maior será a quantidade de elogios, mas quase ninguém se pergunta “afinal o que é o Natal?”. Natal é uma época de extrema importância para os cristãos e para todas as religiões que têm Jesus Cristo como divindade, porque é comemorado neste dia o seu nascimento. O que é mostrado no Natal é um senhor barbudo, gordinho, com um saco de presentes, vestido de roupa vermelha e com um gorro da mesma cor foi inspirado num bispo chamado Nicolau que nasceu na Turquia em 208 d.C., ele que era um senhor de bom coração, ajudava os pobres e deixava saquinhos de moeda perto das chaminés. A idéia foi boa em criar o personagem Papai Noel baseado no bispo, mas com o tempo, esse bom velhinho foi se transformando num objeto que representa o comércio, bonzinho distribuindo presentes, não se esquece de ninguém “seja rico, ou seja, pobre o velhinho sempre vem”. Infelizmente, sabemos que não é bem assim a história, enquanto muitos estão preocupados com o que dar de presente ou vestir no natal, outros estão preocupados com o que irão comer. Estes que estão fora do capitalismo não sabem o que é o “Natal”, acham que esta data não pertence á eles. Os pedidos das pobres crianças ficam nas cartinhas e os presentes brilham nos sonhos ou na televisão. Você que quer fazer algo de bom no Natal, em vez de gastar uma grana para enfeitar a sua nova árvore, compre brinquedos, comida, pão e distribua para aqueles que acreditam e esperam que o espírito natalino possa sempre existir.

sábado, dezembro 23, 2006

Fim.



Uma guerra de pudor
Pôs fim o nosso amor,
Não havia mais frases...
Apenas poucas palavras.

Miniaturas de uma realidade
Entre você e eu
Nada mais cabe.

Os seus sapatos ainda estão guardados
No meu armário.
O teu cheiro está impregnado na sala
No tapete, como esqueceste?

Não quero mais te admirar
Quero agora te esquecer
Faço isso,
Por não querer sofrer.

Eu te chamei pra viver,
Você recusou,
O amor que eu tinha por você
Criou asas e voou.


(Priscila C. da Silva)

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Escuro.



Sentada numa cadeira no canto escuro da sala, ela esperava ele voltar. Suas lágrimas de tanto escorrerem, secaram no seu rosto não sabia mais o que sentir. No escuro, além de não enxergar também não escutava, queria ouvir qualquer barulho que provasse a ela mesmo que ela estava viva, nem que fosse uma gota de água caindo na pia.Estava sufocada, queria gritar, queria chorar, era uma confusão de sentimentos que ela não conseguia controlar. Sentia-se como se estivesse com os pés atados, não tinha força para levantar. Até que num instante ela percebeu que não estava sozinha, ouviu um barulho, que despertou seu coração, isso te deixou feliz provou que a solidão não mais reinava. Acendeu-se a luz da sala e quem estava lá? Ele, o amor.

(Priscila C. da Silva)

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Mídia: queremos esquentar ou esfriar?

Esse texto é apenas um resumo do que eu entendi em relação a mídia na concepção do pensador Marshall McLuhan(1911-1980) http://pt.wikipedia.org/wiki/Marshall_McLuhan .


Mídia: queremos esquentar ou esfriar?

Por: Priscila Silva Foto:www.cade.com.br

O pensador Mcluhan trabalha com 3 pontos: o meio é a mensagem, as extensões do corpo e Aldeia Global. Para ele, o conteúdo não é tão importante assim, o que ele irá priorizar é de onde a mensagem está sendo emitida, de que meio ela sai. Os meios de comunicação são extensões do corpo humano, o rádio é a extensão da audição, a televisão a extensão da visão e da audição. Ele compara a tecnologia com o corpo quando se refere que através da mídia, o corpo do homem se expande, torna os sentidos mais aguçados, notáveis. Compara também a tecnologia com a sensibilidade, quando se refere que a mídia esta dividida em dois meios: frios e quentes. Os meios quentes são todos aqueles objetos que necessitam apenas de um sentido do corpo humano, como exemplo o rádio (audição). Os meios frios são aqueles objetos que necessitam mais do que um sentido, como exemplo televisão (audição, visão). Para Mcluhan, esses dois meios possuem a técnica do controle social, através deles se consegue controlar os ânimos exaltados ou simplesmente animá-los.
O que pode acontecer é que, conforme aumente a quantidade de sentidos do corpo humano utilizadas para entender um objeto, o individuo poderá alienar-se pelo fato de prender a atenção numa determinada função, a televisão é mais uma vez um exemplo claro disto, ela mostra cenas prontas, discursos prontos e não é preciso esforço algum para o individuo interpretar aquilo que é mostrado, é imposto aquilo e nada mais importa. O que deveria ser correto é a liberdade de interpretação, o individuo recorrer a mídias que o faça pensar como ele quer, não como está sendo mostrado.
A mídia conseguiu mudar a sociedade, quando McLuhan cita que a sociedade conseguiu sair de uma época, que ele chama de “Galáxia de Gutenberg” que utilizavam muito da escrita e impressão, onde a individualidade predominava, a mídia veio séculos depois na sociedade moderna como forma de trabalhar em cima disso, transformando aquela sociedade tradicional em uma sociedade de base eletrônica que serviu para facilitar a reaproximação dos indivíduos, quebrando a tradição da individualidade de séculos anteriores e trazendo o resgate do contato com o outro. Mcluhan irá chamar essa transformação de Aldeia Global (Aldeia= relação Global= Alcance) onde todos irão interagir com a intenção de resgatar valores tradicionais perdidos, como exemplo de Aldeia Global, o orkut supera toda essa modificação na sociedade, o local virtual que aproxima as pessoas, dar oportunidade de conhecer o universo alheio, comunidades, anseios e necessidades são provas de que o ser humano não consegue e não pode viver sozinho na sociedade.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Iansã/ Santa Bárbara

Priscila Silva

O dia 4 de dezembro é dedicado a Santa Bárbara (para os católicos) ou Iansã (para os adeptos do candomblé). A santa/orixá é uma mulher forte e decidida que vai a luta e que só "sossega" quando obtém a vitória, não teme a nada nem mesmo a morte.
Sua intensidade é distribuída na forma de amar,transmitir alegria, raiva e coragem. Ela na natureza é representada pelos raios e trovões acompanhada também das tempestades. Sendo representada pela cor vermelha no Candomblé, move milhares de adeptos, fazendo com que todos vistam-se de vermelho para a sua comemoração.
Iansã, que não possui caracteristicas femininas foge dos padrões atribuídos ao lar, em vez de cuidar dos filhos e da casa, ela acorda cedo e sai em busca do sustento de sua família.
Na Bahia onde o candomblé está presente em todos os cantos, a Santa é bastante comemorada, todos em procissão vestidos de vermelho representam a santa e a paixão

Fica então como homenagem a Santa, a letra da música do compositor Caetano Veloso:

Senhora das nuvens de chumbo
Senhora do mundo
Dentro de mim
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Tempo bom, tempo ruim
Senhora das chuvas de junho
Senhora de tudo
Dentro de mim
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Tempo bom, tempo ruim
Eu sou um céu
Para as tuas tempestades
Um céu partido ao meio no meio da tarde
Eu sou um céu
Para as tuas tempestades
Deusa pagã dos relâmpagos
Das chuvas de todo ano
Dentro de mim
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Tempo bom, tempo ruim...


E viva Iansã!