terça-feira, janeiro 30, 2007

Tempo.


Olhos nos olhos
Não entendo mais
O que você diz.
Para onde foram as palavras
Que um dia
Me fizeram feliz?
O seu calor,
Já não me esquenta
Deu espaço para o frio
Que me atormenta.
O nosso amor
Que hoje está em cima do muro
Não me traz orgulho.
Tento não olhar para o relógio
E ver que perdi meu tempo
Com você.
(Priscila C. Silva)

sexta-feira, janeiro 05, 2007

A Globalização e o Consumo


Por: Priscila Silva

A globalização foi de uma certa forma, positiva para o mundo. Tivemos desenvolvimentos, evoluções, descobertas na medicina, curas e entre outros fatores. Mas, infelizmente, ela também possui um lado negativo, antes do surgimento da globalização, por volta de 1972/1973, o ato da cidadania estava ligado "á capacidade de apropriação de bens de consumo e a maneira de usá-los. As diferenças eram compensadas pela igualdade em direitos abstratos" (GARCIA CANCLINI,1995).
Nos anos 60 e 70, as culturas e produções nacionais eram suficientes (todos estavam satisfeitos), porque os produtos nacionais eram mais baratos do que os importados. O valor de consumir o que era "nosso", era bastante simbólico "procurar bens e marcas estrangeiras era um recurso de prestígio e ás vezes por opção de qualidade" (GARCIA CANCLINI,1995).
Com o enfraquecimento da política, foi gerada a descrença nas instituições. O consumo privado de bens e os meios de comunicação começaram a superar as realidades democráticas e a consequente participação do homem público, surgindo então uma nova era, recheada de imagens e mensagens produzidas pelo marketing.
O lado mais díficil de lidar da Globalização e que certamente origina descontentamento sobretudo de duas maneiras: em primeiro lugar, tudo que você compra em seguida torna-se obsoleto. Segundo, há pouco interesse com o passado e também com o futuro, o que irá ser priorizado é o presente, o imediato. Com toda essa vontade de ter tudo e agora entra a questão da alta rotatividade de produtos, que é a necessidade de trocar o produto, acompanhar a moda, a tecnologia, acompanhar o mundo. Um exemplo claro disso: os celulares, que antigamente era conhecidos como um simples meio de comunicação, hoje são considerados como uma necessidade.
A cada modelo novo, multidões correm para trocar de aparelho, mesmo este em perfeito estado. Um celular no Brasil tem um tempo médio de troca de dois anos. Com inovações, câmeras, cores brilhantes, filmadora, vídeos, fotos transforma um mero consumidor em um consumidor alienado. "Celular é item de moda, ele diz muito sobre a pessoa", avalia a diretora de marketing da BenQ Mobile, Regina Macêdo. Não importa o preço, o importante é ter o produto, "Troquei meu celular antes dele completar 5 meses em minha mão, troquei por um melhor é claro. Ele faz sucesso entre os meus amigos, toca mp3", disse o estudante de makerting, Daniel Gregório. Quando questionado o preço "R$1300,00. Sei que irá surgir um melhor que o meu daqui há alguns meses, virei escravo do consumo!", brinca o estudante.
Que sejam eternos enquanto durem.