
Por: Priscila Silva
A Igreja Universal do Reino de Deus, querendo ou não, é uma grande empresa e qualquer leigo sabe disso. Apenas em analisar as suas obras faraônicas e o controle da emissora Rede Record nota-se um grande investimento empresarial. Mas, aquele que ouse em dizer a verdade como prova de seu trabalho e compromisso com a sociedade, pode pagar um preço caro.
Recentemente, a jornalista Elvira Lobato do Jornal Folha de São Paulo publicou uma reportagem “Universal chega aos 30 anos com império empresarial” como troca disto, a jornalista e a Folha tornaram-se alvos de uma grande quantidade de processos judiciais, vindo dos fiéis, pastores e do próprio bispo Edir Macedo, que justificaram os processos por terem sido “ofendidos” com a publicação.
E o que consta não são dois ou três processos, são 56. Estes que estão espalhados em várias regiões do Brasil, como forma de um verdadeiro "ataque". Como "punição",a Igreja Universal fez com que repórteres e advogados da Folha de São Paulo se deslocassem para participarem das audiências realizadas em cidades distantes do país. A censura de imprensa pelo que consta não existe mais, ou estamos enganados?
Escrever e mostrar a realidade como ela é, sem máscaras é o papel do jornalista, informar a sociedade sobre o que está acontecendo. Já que esta empresa desperta interesse por ostentar riquezas vindas de Deus, por que não falar sobre ela? Este ato da Igreja Universal, de querer punir e mobilizar várias regiões contra a Folha, remeteu as ações do General Humberto Castello Branco, no regime militar, onde suas medidas visavam restringir e punir jornalistas e meios de comunicação que contrapusessem à Ditadura. Estamos voltando ao período da Censura?
Mas, graças à nova liminar do Supremo Tribunal Federal autorizada pelo Ministro Miro Teixeira fez com que as medidas de censura ficassem no passado. A nova liminar destaca que a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação sob qualquer forma, processo ou veículo, não podem sofrer nenhuma restrição. Mas isso não dá espaço para que "jornalistas" caluniosos ou ações que difamem indivíduos apareçam como processos.
Quem irá ganhar mais será a sociedade, que terá acesso à informação da forma que ela é, sem censuras.