terça-feira, maio 30, 2006

Revolta da população!


Mais uma vez, foi inútil a tentativa de chegar a um acordo entre as empresas de ônibus coletivos e rodoviários em Salvador. Tendo como resultado: a greve de ônibus. É lamentável a situação, de um lado a ganância do outro a cobrança dos direitos. A falta de circulação dos ônibus na cidade de Salvador trouxe diversos problemas para aqueles que necessitam do transporte, atraso no trabalho e na escola, tumultos, confusões, revolta da população e engarrafamentos. Estima-se que 1 milhão 300 mil pessoas foram prejudicadas em relação a greve. Muitos tentaram a estação de trem de Paripe, onde houve uma enorme concentração de pessoas em busca de um transporte para ir ao trabalho. Até quando a população vai aguentar? Isso não se sabe, mas paciência tem limite.

(Priscila C. da Silva)

sábado, maio 20, 2006

Amor: um sentimento extinto?



Quem nunca viu em lugares públicos, casais trocando carinhos, beijinhos e olhares intermináveis? De mãos dadas caminhando sem se importar com o que está acontecendo em volta deles? Tudo indica que é amor...
Algumas pessoas se sentem incomodadas ao ver cenas assim, acham que o amor é um sentimento careta, algo ultrapassado. Eu fico pensando com meus botões, será que o amor está se extinguindo? Até nas novelas (que sempre nos fazia sonhar com a felicidade eterna, com o amor verdadeiro, fidelidade, casamentos perfeitos e finais sempre felizes) , mudou toda a história...O mocinho agora virou bandido, não existe mais amor, tudo se transformou num jogo de interesses.
Casamento que, antes era uma das fases mais importantes de uma pessoa, tornou-se algo a ser evitado por ter sido considerado como algo "falido". Hoje em dia, casamentos não duram para sempre, é muito raro ver casais de idosos juntinhos como prometeram na igreja. Os jovens de hoje se casam, mas, a familia já estimula o tempo que ficarão juntos.
Garotas adolescentes, que normalmente sonham com princípes encantados, não sonham mais. De tanto verem na televisão, revistas e até mesmo em suas residências, pais se divorciando, brigas, falta de respeito e até mesmo agressões fisicas e verbais, se entristecem e criam suas próprias realidades, o amor não existe.
Quantas festinhas e shows, os adolescentes "ficam"? Com certeza, em todas as festas devem rolar essa tal de pegação. Não ter compromisso com o outro, é a moda atual. Pra quê namorar, para depois se apegar, e sofrer? Pensamentos assim crescem entre os jovens. A boa notícia é que não são todos que têm esse pensamento, alguns jovens acreditam e botam fé no namoro, e até mesmo sonham em um dia constituir uma familia.
Se o amor é considerado sentimento de careta, o bacana então é viver sozinho, trancado num apartamento rindo das propagandas de presentes para o dia dos namorados que são exibidos na televisão, conversar com as paredes e ficar mentindo para si mesmo e para todos que não precisa de um amor? Nossa...e amar é ser careta? Acho que estão trocando as "bolas", não entra em minha cabeça acreditar que o amor vai acabar, os valores mudaram tanto! Tanta mudança para nada, que mudança é essa que só faz piorar? O amor precisa existir, vamos lutar para não acabar, ele tem que existir entre os casais de namorados, noivos , casados e até mesmo nos divorciados (quem sabe não tentar de novo?) E se você ver uma cena de carinho entre um casal, abra um enorme sorriso e diga:-Graças a Deus, que o amor ainda existe.

(Priscila C. da Silva)

domingo, maio 14, 2006

Mãos...



Mãos...
Elas querem bater de novo,
Querem cantar a canção...
Será que o patrão permite?
Ou será que haverá a abolição?
Estão cansadas de ficar na cozinha,
Lavando pratos e chão.
Querem bater no terreiro
E mostrar pra todos que também direito.
No corpos que te carregam,
Trazem muita ginga
No balanço dos atabaques,
As mãos esquecem das feridas.

(Priscila C. da Silva)





quarta-feira, maio 10, 2006

Brasil: O que somos?

O que somos,
Neste mundo de ilusão?
Somos o trabalhador,
Que luta todos os dias pra comprar o pão.
Somos a doméstica,
Que muito o que trabalha, ganha-se uma merreca.
Somos o presidente,
Que vendo o povo chorar...Ainda continua sorridente.
Somos o menino de rua,
Que cheira cola e vive na tortura.
Somos o desnutrido,
Originado pelo excesso de desperdício.
Somos a verdade,
Que há muito tempo anda calada.
Somos a prisão,
Que lá dentro guardam nossos sonhos e a nossa ambição.

(Priscila C. da Silva)

quarta-feira, maio 03, 2006

Três pães


Estavam trancadas e amedrontadas dentro do seu barraco, estavam esperando a volta do "homem da casa", que havia saído para poder comprar três pães.
Mãe e filha oravam, pedindo proteção e que aquele momento passasse logo e que tudo voltasse ao normal. Pelo buraco da parede a garota viu homens fardados e armados subindo o morro, atirando para todos os lados. Ela sabia que eles estavam á procura de marginais e traficantes, mas não entendia o porquê deles atirarem para qualquer lado.
A mãe começou a ficar preocupada (mais ainda) pelo fato do marido não ter voltado, ela estava com fome, estava há dois dias sem comer. Os minutos pareciam horas, aquele barulho dos tiros de metralhadora, fuzilavam o coração da mãe e da filha e atordoavam as mentes tão cansadas de esperar...
A filha ouviu um grito do lado de fora:- Pega esse aí, ele tá com droga no saco, atira na nuca! E deu para ouvir três tiros, assustadas as duas correram para olhar no buraco da parede para ver quem eles haviam atirado, e quando elas viram, era ele: o homem da casa, o pai, o marido, morto com três tiros (dois no peito e um nas costas). O policial que atirou nele, pegou o saco que ele segurava abriu e quando viu, encontrou três pães, dizendo:- Míseros pães! Jogando-os no chão.

(Priscila C. da Silva)