terça-feira, agosto 29, 2006

Peça "Diferentes Iguais"


Por: Priscila Conceição Foto: www.teatrovilavelha.com.br

O Teatro Vila Velha com sua “Companhia Novos Novos” tendo a direção de Débora Landim já fizeram três peças infantis “Imagina só...aventura do fazer.” (2001) “Mundo Novo Mundo” (2002) e “Alices e Camaleões” (2004).
Neste ano a Companhia Novos Novos teve uma nova experiência, fizeram uma peça para o público jovem abordando as diferenças existentes no ser humano.“Diferentes Iguais” foi um trabalho realizado de início na cidade de Manchester, na Inglaterra, participando da programação de abertura do Contacting The World 2006 (International Fund for the Promotion of Cultura-UNESCO) o evento foi realizado entre 17 e 23 de julho reunindo oito países diferentes e envolvendo atores jovens de países como Ruanda, Escócia, África do Sul, Filipinas, Nova Zelândia, Inglaterra, Índia e Brasil. A peça “Diferentes Iguais” estreou no dia 19 de agosto no Teatro Vila Velha e estará em cartaz até o dia 17 de setembro. A peça mostra a junção de elementos e fatos que determinam os conflitos que podem ser religiosos, políticos e entre outros. Formada por um elenco de adolescentes, a peça mostra uma linguagem mista acrescentando várias línguas estrangeiras dando ênfase nas diferenças existentes em cada pessoa. A peça abre os olhos para o que muitos não querem ver ou o que possivelmente não viram: a atual condição humana. A questão da intolerância racial, dos preconceitos, do crescimento de grupos neonazistas, o tráfico de seres humanos.Coloca o público para pensar em relação às certezas que hoje sustentam nossa sociedade. O cenário da peça é um circo, “A idéia de fazer um circo como cenário foi devido à vida ser um espetáculo. Nela está inserido o espetáculo do amor, da guerra, da tolerância”.Relata a diretora da peça, Débora Landim.

Entrevistei alguns atores da peça:

1-Qual cena te marcou na peça “Diferentes Iguais?”.

Raíssa Fernandes: “Acho que a cena que mais me marcou foi a cena que o dominador chega dizendo que é rico e que ele quer comprar o circo. Que se ele não conseguisse comprar teria que ser a força. Isso reflete muito na nossa realidade brasileira, as pessoas são compradas, isso prejudica a nação. O político engana e a população é comprada com promessas”.

Lucas Carvalho:A cena foi a dos palhaços. Onde eles perguntam para outras pessoas a quantidade de pessoas que morreram nas guerras, quantos escravos foram torturados e mortos no tempo da escravidão. Isso foi muito forte, tornou o ser humano muito pequeno, a vida quase que insignificante”.

Elaine Adorno: “A cena que marcou para mim foi a cena da perna de pau. Quando entra três pessoas que estão com perna de pau, julgando e criticando uma pessoa por ela ser diferente delas”.

João Victor: “A peça é dividida e cada fragmento para mim é importante. Todas as cenas marcaram, mas, a relação do superior com o inferior é muito marcante”.


2-Em quantas peças você já atuou?

Raíssa Fernandes: “Já atuei em nove peças”.

Lucas Carvalho: “Atuei em cinco peças”.

Elaine Adorno: “Já atuei em nove peças”.

João Victor: “Esta é a sétima peça que atuo”.


3-Qual foi o seu papel na peça Diferente Iguais?”.

Raíssa Fernandes
: “Eu sou a Maria. Ela é a musa do atirador de facas”.

Lucas Carvalho: “Sou o trapezista e o artista de rua”.

Elaine Adorno: “Sou a malabarista”.

João Victor:Sou o homem de paletó”.

4-O que você aprendeu atuando na peça “Diferentes Iguais?”

Raíssa Fernandes: “Muita coisa, aprendi principalmente a lidar com o diferente.”

Lucas Carvalho:Aprendi a lidar com as diferenças. A tolerância também é algo importante e aprendi que ela é necessária sempre.”

Elaine Adorno: “Eu ampliei meu campo de visão, consegui entender que é importante respeitar e tolerar o outro”.

João Victor: “ Aprendi que cada pessoa tem suas diferenças, e cada uma carrega sua essência, e é essa essência que nos diferencia.”

5-Qual foi a sensação em atuar fora do Brasil com a peça “Diferentes Iguais”?

Raíssa Fernandes:
Foi ótima, não só foi importante por ter sido fora do Brasil e sim por falar e trabalhar de uma forma diferente, com pessoas diferentes.”

Lucas Carvalho: “Muito boa, conheci várias pessoas. Culturas, formas de pensar e atuar diferente.”

Elaine Adorno: “Foi uma sensação maravilhosa. O público de lá nos recebeu muito bem, os jovens atores também foram ótimos.Foi uma relação boa.”

João Victor: “A sensação foi quase a mesma que trabalhar aqui no Brasil. O que diferenciou foi a aprendizagem que tive com o Contacting The World que me proporcionou um contato mais amplo com diversos jovens de países diferentes. Isso foi muito bom para o meu crescimento como ator.Ele conseguiu reunir o mundo pela arte do teatro.”

6-Pretende seguir carreira no teatro?

Raíssa Fernandes
: “Não sei ainda. Sei que não quero largar o teatro e penso em fazer faculdade, mas não sei o curso”.

Lucas Carvalho: “Pretendo”.

Elaine Adorno: “Não pretendo seguir. Pretendo cursar arquitetura”.

João Victor: “Pretendo seguir a carreira de ator por muito tempo”.

7- Se você tivesse o poder de mudar o mundo, o que você mudaria?

Raíssa Fernandes
: “Tiraria a desigualdade. Acho assim, se o mundo não foi feito para todos, ele não será para ninguém”.

Lucas Carvalho: “Acabaria com a guerra. Acho que, se o mundo vivesse em paz tudo seria perfeito”.

Elaine Adorno: “Mudaria tudo: a fome, a miséria, acabaria com as guerras, as doenças”.

João Victor: “Mudaria muita coisa. A forma de pensar das pessoas, as guerras, a fome, a violência”.
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*A peça está em cartaz nos dias: 19, 20, 26, 27 de agosto, 02, 03, 09, 10, 16 e 17 de setembro Sábado e Domingo 18h Cabaré dos Novos Ingresso: R$14,00 (inteira) R$7,00 (meia


Ps: dia 02/09 no Teatro Vila Velha, após o espetáculo "Diferentes Iguais", irá ocorrer um fala vila com o seguinte tema : Toda diferença é igual , contando com os seguintes palestranstes. professores Saja (Ufba) e André Stauyl (Jorge Amado). Confiram!



2 comentários:

Anónimo disse...

Pri...
Eu gostei muito da sua " materia ", realmente me senti lendo um jornal. Simplesmente divino, mas tenho um ponto negativo a fazer... Você nas perguntas repete muito o nome da peça, você deveria tomar cuidado com isso, e substituir o nome por outra palavra, fora isso ta perfeito, continue assim.
Beijão

Anónimo disse...

Priscila,
Gostei da reportagem e da entrevista. Muito bom!!! Eu estou sem comentários e adjetivos para elogiar seu trabalho que a cada dia encontra-se melhor com temas super ótimos de serem escritos.
Um forte abraço, Márcio Kim Lima Sato.