
Estavam trancadas e amedrontadas dentro do seu barraco, estavam esperando a volta do "homem da casa", que havia saído para poder comprar três pães.
Mãe e filha oravam, pedindo proteção e que aquele momento passasse logo e que tudo voltasse ao normal. Pelo buraco da parede a garota viu homens fardados e armados subindo o morro, atirando para todos os lados. Ela sabia que eles estavam á procura de marginais e traficantes, mas não entendia o porquê deles atirarem para qualquer lado.
A mãe começou a ficar preocupada (mais ainda) pelo fato do marido não ter voltado, ela estava com fome, estava há dois dias sem comer. Os minutos pareciam horas, aquele barulho dos tiros de metralhadora, fuzilavam o coração da mãe e da filha e atordoavam as mentes tão cansadas de esperar...
A filha ouviu um grito do lado de fora:- Pega esse aí, ele tá com droga no saco, atira na nuca! E deu para ouvir três tiros, assustadas as duas correram para olhar no buraco da parede para ver quem eles haviam atirado, e quando elas viram, era ele: o homem da casa, o pai, o marido, morto com três tiros (dois no peito e um nas costas). O policial que atirou nele, pegou o saco que ele segurava abriu e quando viu, encontrou três pães, dizendo:- Míseros pães! Jogando-os no chão.
(Priscila C. da Silva)
6 comentários:
Humm...
mto show este seu trabalho Pri!
adorei msm!!!
e seu blog ta massa!;)
beijos
vixe.
ainda bem q eu n moro no morro =\
e q n passo fome... vixe...
q malzzzz
mas tah baaaaal³²³³²³ o texto pri ^^
tu eh fodz mulehhhh
por isso q eu te amoooo
XD~~
eu já tinha lido..mas excelente de novo!! cade o texto de invasão de privacidade?
Pois é, Priscila. Seu texto fica bonito, porque você consegue criar, com a palavra bem escrita, um dos horrores do Brasil: essa violência gratuita, que se abate sobretudo contra as pessoas da raça negra (por isso esse texto me tocou tanto, mas nem por isso eu digo "que ainda bem que não moro no morro";)
Procedimentos como esse me dão uma desesperança terrível em relação ao Brasil e um sentimento de revolta insuportável, afinal a vida aqui de alguns, negros, pobres, excluídos do que pode haver de melhor numa sociedade, a vida de todos esses é tratada como coisa de nenhum valor ("e pobres são como podres/ e todos sabem como se tratam os pretos" - Gilberto Gil e Caetano Veloso, in "Haiti").
Adorei seus escritos,apesar de achá-los um pouco depressivos,mas é a nossa realidade.Continue escrevendo vc está no caminho certo. Beijos . Tia Sueli
adorei ler o que vc escrve.. muito legal mesmo.. principalmente aquele da coencidencia ou não ...
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