terça-feira, março 03, 2009

Mal



O relógio marcava 03:00 hrs da manhã, acordei com o coração acelerado e suava bastante. Levantei da cama e tive a impressão de que flutuava em um imenso mar, onde apenas um barco navegava, no caso, o meu. O meu peito estava cheio de ar e isso não estava me fazendo bem por que não conseguia gritar. Uma sensação de pânico tomou conta de mim, quis fugir, mas para onde? Resolvi então ir até a sala, ligar a TV e assistir algum filme, não ligava, para minha falta de sorte, não havia energia.
Fui até a janela e com o peito estufado gritei:- Socorro! Estou sozinha! E ninguém se quer ouviu, nem os cachorros que dormiam debaixo dos carros, nem os bêbados a cambalear nas calçadas pararam para me escutar. Uma lágrima escorreu no meu rosto e à medida que escorria, queimava a pele, como um ácido. Nesse momento percebi que até chorar, me fazia mal.

4 comentários:

Lina Miranda disse...

Chorar Pri é um processo que mexe com o corpo mas as vezes nossa mente nao esta preparada....para tanto sofrimento e angustia nao sei se esse é o seu caso. seu texto é complexo....mas o que entendi foi que até para sentir a lágrima foi uma dor tremenda. Isso que digo ser um processo

Lina Miranda disse...

a dor e o mal andam lado a lado e isso é um processo. o sofrimento descrito por ti já estava em você desde o momento que levantou da cama e so foi sentido a medida que a lagrima escorreu entao isso também é um processo. seu texto é complexo neguinha. bjão linda

Anónimo disse...

talvez esse silêncio dos cães e dos bêbados, do mundo, que não consola nem oferece respostas, talvez seja um espaço de tempo necessário, (um esforço que as vezes o mundo nos proporciona) para que você mesmo escute sua voz, assuma ... a dor que todos nós sentimos.
E possa ir além do impulso de dizer, do desespero de chorar. Se as lágrimas fazem mal, elas trazem a contrapartida imediata de não estarem mais confinadas no corpo, pelo menos num instante; de sentirmos como o ser humano, como todos nós, somos muito frágeis.

Anónimo disse...

talvez esse silêncio dos cães e dos bêbados, do mundo, que não consola nem oferece respostas, talvez seja um espaço de tempo necessário, (um esforço que as vezes o mundo nos proporciona) para que você mesmo escute sua voz, assuma ... a dor que todos nós sentimos.
E possa ir além do impulso de dizer, do desespero de chorar. Se as lágrimas fazem mal, elas trazem a contrapartida imediata de não estarem mais confinadas no corpo, pelo menos num instante; de sentirmos como o ser humano, como todos nós, somos muito frágeis.