sexta-feira, maio 02, 2008

Inclusão digital



Por: Priscila Silva

O mundo moderno transformou o ser humano em bytes, pixels e entre outros nomes complicados, que eu não ouso escrever. A conversa gostosa com amigos se transformou num simples ato de teclar e enviar a mensagem (muitas vezes acompanhadas de bichinhos saltitantes). O mundo cibernético veio com a proposta de solucionar problemas, aproximar pessoas (mesmo estando uma no Japão e outra no Brasil). A modernidade, comodidade e facilidade a alcance de todos. Corrigindo, quase todos.

Uma grande maioria na população brasileira nunca teve contato com a informática e muito menos sabe o que significa mouse. Muito já foi discutido em torno da inclusão digital e ficou claro que é de extrema importância devido à globalização nos meios de comunicação onde o computador deixou de ser luxo para ser necessidade, para aqueles que podem ter.

Embora o Governo Federal tenha desenvolvido algumas iniciativas como a Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (SECIS) que tem como objetivo proporcionar à população menos favorecida o acesso às tecnologias de informação, capacitando-a na prática computacional, não pensou de forma correta, pois foi uma atitude bastante precipitada em apenas lançar mais um projeto, sem ter a preocupação em preparar a sociedade para esse contato com a tecnologia. O dever é apenas cumprir o que foi prometido?

Será que é necessária esta inclusão digital? Ter ou disponibilizar computador é suficiente? Do que irá valer apenas colocá-las, sem sequer saber o que estão fazendo? Reconheço que houve uma tentativa do Governo, onde foi criado um espaço destinado ao treinamento gratuito de pessoas que queiram conhecer as facilidades da Internet para a obtenção de serviços e informações do Governo para a sociedade.

Excelente iniciativa, mas não resolve muito, devido que só está disponível em dez cidades brasileiras (Brasília, Fortaleza, Belém, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre). A internet não está a alcance de todos brasileiros, que inclusão é essa que exclui?As pessoas que estão à margem da modernidade além de serem excluídas sofrem também preconceito por estarem desatualizadas. Totalmente leigas, são jogadas na internet como um resultado da “eficiência” do projeto.

Antes da inclusão digital, no meu ver, deve-se haver a inclusão social onde a educação esteja antes de qualquer outro projeto para a sociedade, que sem sombra de dúvida, é o pulsador desse processo. A educação fará com que a cultura digital seja acessível de forma democrática, desenvolvendo o hábito e o interesse da sociedade em manusear o computador e acessar à internet de forma fácil. Eu espero que seja em breve, esperar demais cansa e a sociedade sabe muito bem disso.

1 comentário:

Anónimo disse...

É verdade Priscila, primeiro tem que fazer uma inclusão social para depois pensar em inclusão digital. Outro ponto que você não citou foi de que o governo disponibiliza computadores, redes, internet, todas essas coisas de informática para as escolas, contudo esquece de fornecer alguém que instale os aparelhos, que guie os diretores, coordenadores, professores da escola.
O governo aplica estes projetos, contudo esquece de certos detalhes para que estes projetos realmente, na prática, funcionem na sociedade.
Excelente texto, gostei muito.
Beijocas